quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Lições inesperadas

Partilho convosco uma pequena história passada connosco e que se tornou daqueles episódios marcantes pela lição que dele retirámos.

Em 2009/2010, eu e a Inês costumávamos dançar regularmente num bar. Dançávamos todo o tipo de músicas: lentas, rápidas, cantadas ou instrumentais. 
Entretanto foi para lá trabalhar um jovem, Tariq, de nacionalidade marroquina. Fomos apresentados pela dona do espaço, que comentou que éramos bailarinas de dança do ventre e que iríamos dançar naquela noite.

Enquanto dançávamos, o Tariq ia fazendo o seu trabalho, de sorriso na cara e cantarolando as músicas que tocavam. A noite correu como normalmente. No final, o Tariq dirigiu-se a nós: “Vocês dançam muito bem, mas não entendem o que as canções dizem.” Ficámos a olhar para ele sem entender muito bem o que queria dizer com aquilo. Ele explicou que o que era dito na canção não correspondia à forma como dançávamos, com a nossa expressão, aquilo que comunicávamos.
Caímos na real - ele tinha toda a razão!
A verdade é que por vezes procurávamos a tradução de uma ou outra música que gostávamos, mas apenas por curiosidade. Mas de facto, até esse dia, nunca havíamos tido o cuidado de o fazer com as músicas que usávamos nas actuações...


Moral da história:

  • Fazer o trabalho de casa. Estudar as músicas que se querem apresentar;
  • Nunca assumir que o público desconhece a língua ou a cultura árabes. Além de corrermos o risco de passar uma imagem pouco profissional, aquilo que vamos estar a comunicar ao público pode não ser a verdadeira intenção da música;
  • A aprendizagem pode acontecer a todo o momento e pode vir de qualquer pessoa; cabe a cada um de nós estar atento à mensagem.

As melhores lições vêm quando menos esperamos  ;-)

P.S.: Obrigado, Tariq!

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